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Mulherias

OBA! Um ano de Mulherias!

Flávia Martinelli

23/11/2018 22h36

Colaborações de Stéffani Mota, Monise Cardoso, Cauê Yuiti, Nerie Bento, Juliana Ávila e Marina Azambuja

Salve! Estamos em festa! O blog Mulherias – O Salve Feminino das Periferias completa um ano de histórias inspiradoras de mulheres extraordinárias. São relatos de vida, de negócios, de superação e de transformação de si e de comunidades inteiras. Da economia à arte, da moda à tecnologia da gambiarra mais de 100 guerreiras compartilharam conosco suas vitórias, alegrias e caminhadas. Obrigada a todas elas e a você, que acompanha o MULHERIAS!

Relembre (e compartilhe) algumas das nossas reportagens:

Original Favela: brechó da periferia que virou alvo de grandes marcas

Cada uma cuidava de seu rolê. Iris Ingrid, ou melhor Quelacrioula, como prefere ser chamada, tinha um brechó numa garagem alugada no Jardim Vista Alegre, na Zona Sul de São Paulo. Anne de Oliveira, também conhecida como Miss Miss Hollywoood (sim, é com três ós mesmo), é de Mogi das Cruzes, que fica depois do extremo leste da cidade, e vendia roupas usadas em redes sociais. Clássico das quebradas, elas montaram o próprio negócio quando se viram desempregada e cansadas de se submeter às frustrações de uma rotina de empregos desestimulantes. Há dois anos, se uniram e criaram o Original Favela, um brechó itinerante e uma plataforma online de achados vintage que virou referência em moda e estilo – da periferia e fora dela.

Fim da depressão e do busão: quatro histórias de ciclistas da periferia

"Não é que eu esqueci a morte do meu filho, nem apaguei minhas dores, mas o ciclismo fez com que eu ficasse mais viva", conta Amélia Rocha, advogada que começou a pedalar para superar o assassinato do filho, se livrou da depressão, emagreceu e nunca mais largou a magrela!

 

Jojo Todynho: "Sinto falta de curtir meus amigos com uma cerveja gelada"

Despachada, autoconfiante, sincerona, sutiã 58 e biquini "só se for tamanho P, tá meu bem?". Jojo Todynho está mandando seus "tiros" sem parar. Negra, periférica, fora dos padrões de beleza midiática, de cabelo com lace, aplique, como veio ao mundo ou no humor do dia, a cantora do hit "Que Tiro Foi Esse?" é alvo de comentários preconceituosos nas redes sociais desde sempre. Até antes de explodir em 2017, quando o Brasil se jogou aos seus pés. "Sempre dormi pouco e trabalhei muito, minha vida sempre foi de muita ralação. Mas o amor tem que começar dentro da gente, se nosso amor próprio não estiver em alta, ninguém vai te colocar lá!", conta ela em entrevista ao blog MULHERIAS.

A escola que revolucionou a educação de adultos na periferia

Como a diretora de escola Eda Luiz e suas alunas inspiradoras revolucionaram a educação de jovens e adultos na periferia de São Paulo e se tornaram referência internacional de ensino.

Dona resume o método que virou referência mundial em um único verbo: conversar. "Não sou eu que tenho que preparar as aulas – isso deve ser feito com os alunos! Que poder eu tenho de saber o que o outro precisa conhecer?". Tudo no CIEJA é feito de maneira colaborativa e no bate-papo: da escolha das matérias das aulas aos móveis da escola; das decisões do destino de verbas aos calendários e horários dos cursos.

Minas da periferia levam prêmios por apps de educação e contra violência

Conheça as mulheres que ganharam o primeiro hackathon da quebrada, feito por pessoas da periferia e para pessoas para a periferia.

"Quando me descobri negra": sete mulheres conscientes e com muito orgulho

"Tenho 30 anos, mas sou negra há apenas dez. Antes, era morena". Bianca Santana, professora, mestra em educação pela Universidade de São Paulo e autora da coletânea "Quando me descobri negra", de 2015, que inspirou esta reportagem.

Escola de Anittas: como vivem as funkeiras numa casa dedicada ao pancadão

A vida da ex-cantora gospel Jiheslen Moraes nunca mais foi a mesma depois do baile funk. "Fiquei enfeitiçada quando ouvi o batidão e o vi o jeito do público se expressar, dizer o que pensa e o que quer. Aquela liberdade a igreja não me dava", diz a jovem de 23 anos que aos 18 se casou com o pastor de sua congregação evangélica. Hoje, já separada, ela responde pelo nome de MC Baronnesa e deixou a faculdade de Direito, a casa e o emprego no salão de cabeleireiros em São Bernardo do Campo para se dedicar 24 horas por dia ao sonho de ser Anitta, "a musa das funkeiras".

Empresa faz reformas na periferia em 6 dias com parcelas de R$ 222

O sonho da casa própria nem sempre vem com reboco, pintura e piso de cerâmica. Nas periferias e favelas, é comum parcelar um terreno enquanto ainda se arca com o aluguel e erguer o lar doce lar aos poucos. Engenheiro ou arquiteto? Nem sonhando mesmo. Em geral, as obras são executadas por pedreiros que não têm compromisso com prazos e custos finais. Com as lajes erguidas, o acabamento dos cômodos costuma ficar pra depois, bem depois. Sem hora pra acabar, a reforma pode não terminar nunca. E o barato sai bem caro.

"Sou mulher e periférica. Mas tenho privilégios: sou branca"

"Se faço contratações de equipes 'diversas' é justamente por ser privilegiada. Esse termo, aliás, evidencia o que está errado no mercado de trabalho. Diversidade deveria ser o padrão". Pri Muniz, 31 anos, é publicitária, gestora de de análise de comportamento em mídias sociais em uma agência de publicidade São Paulo.

Sobre o autor

Flávia Martinelli é jornalista. Aqui, traz histórias de mulheres das periferias e vai compartilhar reportagens de jornalistas das quebradas que, como ela, sabem que alguns jardins têm mais flores.

Sobre o blog

Esse espaço de irmandade registra as maravilhosidades, os corres e as conquistas das mulheres das quebradas de São Paulo, do Brasil e do mundo. Porque periferia não é um bloco único nem tem a ver com geografia. Pelo contrário. Cada uma têm sua identidade e há quebradas nos centros de qualquer cidade. Periferia é um sentimento, é vivência diária contra a máquina da exclusão. Guerrilha. Resistência e arte. Economia solidária e make feita no busão. É inventar moda, remodelar os moldes, compartilhar saídas e entradas. Vamos reverenciar nossas guardiãs e apresentar as novas pontas de lança. O lacre aqui não é só gíria. Lacrar é batalha de todo dia. Bem-vinda ao MULHERIAS.