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Conheça 11 livros sobre educação sexual e segurança íntima para crianças

Flávia Martinelli

04/09/2020 04h00

Somente a informação poderá transformar o caos de ser mulher (e mãe, criança ou adolescente) no Brasil. Foi pensando nisso que o coletivo Caos.a tem indicado, aos domingos pelo Instagram, livros para falar sobre segurança íntima sob a perspectiva infantil. 

Usando sempre linguagem simples e objetiva, o grupo Caos.a é formado por oito profissionais de diferentes formações, entre elas a mãe e jornalista Ana Sharp e a mãe e digital influencer Bárbara Thomaz, e tem como objetivo debater questões ligadas à ameaça de perda de direitos históricos que alinham o Brasil a países com posturas fundamentalistas na Organização das Nações Unidas. "É uma pauta que não pode passar despercebida", aponta Ana, idealizadora do projeto e cofundadora do coletivo. 

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Três listras de livros, 11 deles abaixo, mostram como puxar assunto sobre situações de abuso com crianças e adolescentes. O tema, extremamente delicado, exige conversas conduzidas com cuidado. As obras ajudam a prevenir, identificar a violência e são guias de conduta para responsáveis e familiares. 

1 – "Não me toca, seu boboca", de Andrea Viviana Taubman

Dá à criança instrumentos para reconhecer uma situação de abuso e se proteger. Sem abrir mão de toda a leveza que uma história infantil pede, Tauban aborda com eficiência esse tema tão difícil. Essa publicação da Editora Aletria ainda conta com as belas ilustrações de Thais Linhares.

2 – O Segredo de Tartatina, de Alessandra Rocha Santos Silva, Cristina Fukumori e Sheila Soma

Um dos grandes aliados da violência é o segredo. Foi pensando nisso que o livro conta de forma lúdica a história da tartaruga Tartarina, que foi vítima de abuso sexual e, por sentir medo, não consegue contar para ninguém. Escrito por psicólogas clínicas, Este livro é super recomendável porque traz de forma lúdica e didática ensinamentos de como identificar casos de abuso sexual e o que deve ser feito nessas situações.

 

3 – Pipo e Fifi, de Caroline Arcari

A obra da pedagoga e mestre em educação sexual conta a história de dois monstrinhos, uma menina e um menino. Ao narrar a diferenciação do toque afetivo e do abusivo, este livro ensina o que é mais importante: como se proteger e conceitos básicos sobre o corpo. Indicado para crianças a partir de 3 anos de idade

4 – A mão boa e a mão boba, de Renata Emrich

Como diferenciar toques amigos de toques abusivos?  Em "A mão boa e a mão boba" a autora narra através de uma  linguagem simples e educativa esse discernimento tão tênue e necessário para a proteção de crianças e adolescentes.

5 – Eu me protejo, de Patricia Almeida e Neusa Maria

A cartilha faz parte do projeto "Eu me protejo", que tornou a prevenção à pedofilia acessível a todos. Gratuita e com excelentes ilustrações, além de orientar as crianças a se protegerem de um possível abuso, a obra também os ensina a contarem para um adulto ou responsável, se algo acontecer. Disponível para download aqui em versões em Libras, Português e Espanhol. Faixa etária : indicado para toda a família, educadores e protetores.

5 – Sem mais segredo: Juju uma menina muito corajosa, de Ana Cláudia Bortolozzi, Dárcia Amaro Ávila, Juliana Lapa Rizza e Raquel Baptista Spaziani

Juju é uma menina alegre que vê sua vida mudar ao ter que guardar um segredo. O livro ajuda as crianças pequenas a reconhecerem uma situação de abuso e ensina como agir em tais situações.

6 – Segredo Segredíssimo, de Odívia Barros

 

Aborda através da história de amizade entre duas amigas, a importância de se manter um diálogo aberto e a real importância das crianças estarem bem informadas para contar aos adultos quando o abuso ocorre. O livro fala também sobre afeto e acolhimento da família no momento pós-abuso. Voltado ao público infantil na faixa etária de 06 a 12 anos.

7 – Meu corpo é especial, de Cynthia Geisen e R. W. Alley

Um guia para que a família converse sobre abuso sexual. O livro ainda conta com um pequeno questionário com perguntas para saber em que nível está a compreensão da criança sobre esse assunto. Livre para todos os públicos.

8 – Meu corpo, meu corpinho, de Roseli Mendonça e Sidney Meirelles


Neste livro a criança entrará em contato com conceitos primordiais para se defender: privacidade, integridade física e proteção. Os autores apresentam de forma lúdica a importância de  saber dizer "não" e como é fundamental que pais e filhos mantenham um diálogo aberto. Recomendado para crianças acima de dois anos.

9 – Leila, de Tino Freitas com ilustrações de Thais Beltrame


Conta a história de uma baleia que graças ao seu diálogo aberto com amigos consegue se libertar de seu agressor e voltar a nadar feliz. Ambientado no fundo do mar, esse livro é muito importante porque alerta para a principal ferramenta que os abusadores usam: o pacto de manter tudo em segredo. Leila ainda traz ilustrações belíssimas, aborda o tema com absoluta delicadeza e é indicado para crianças a partir dos 8 anos de idade.

10 – Tuca e Juba  – Prevenção de violência sexual para adolescentes, de Julieta Jacob

 "Com personagens com a mesma diversidade do que encontramos na realidade e ilustrações que incluem o universo visual das redes sociais, essa narrativa traz uma reflexão sobre auto-estima e consentimento sendo assim, imprescindível para a prevenção à violência sexual. Recomendado para adolescentes

11 – Tom, Elis e Chico, de Mônica Mota com ilustrações de Lia Britto

Tom, Elis e Chico conta a história de três irmãos que após sofrerem abuso sexual perdem toda a alegria que tinham.  Este livro serve como base para alertar e conscientizar pais e educadores. Indicado para crianças de 4 a 10 anos.

Informar é prevenir!

Sobre o autor

Flávia Martinelli é jornalista. Aqui, traz histórias de mulheres das periferias e vai compartilhar reportagens de jornalistas das quebradas que, como ela, sabem que alguns jardins têm mais flores.

Sobre o blog

Esse espaço de irmandade registra as maravilhosidades, os corres e as conquistas das mulheres das quebradas de São Paulo, do Brasil e do mundo. Porque periferia não é um bloco único nem tem a ver com geografia. Pelo contrário. Cada uma têm sua identidade e há quebradas nos centros de qualquer cidade. Periferia é um sentimento, é vivência diária contra a máquina da exclusão. Guerrilha. Resistência e arte. Economia solidária e make feita no busão. É inventar moda, remodelar os moldes, compartilhar saídas e entradas. Vamos reverenciar nossas guardiãs e apresentar as novas pontas de lança. O lacre aqui não é só gíria. Lacrar é batalha de todo dia. Bem-vinda ao MULHERIAS.