10 minas da periferia para você seguir no Instagram
Flávia Martinelli
31/07/2019 04h00
@lyanzr
Artista visual, educadora e pesquisadora, Nazura é moradora da zona leste de São Paulo e mostra o talento e a coragem da mulher da periferia que "ousa" ser artista. Ela divulga trabalhos de artistas vivos, pretos, favelados LGBTQ+ e mulheres. "Não há glamour ou romantização na vida de um artista que vive à margem. Nós não tivemos um insight, saímos da empresa do nosso pai e fomos nos dedicar a arte. A arte é intrínseca ao nosso ser, não foi uma escolha", escreveu em um de seus posts. "Fortaleça nosso corre agora. Movimente a cena que vocês conhecem, trabalhamos pra caralho pra subverter essa imagem elitista de um mercado branco, velho e normativo."
@baddiesantana
Juliana Santana é modelo plus size, comunicológa e ativista do Body Positive, movimento que levanta a bandeira do amor ao próprio corpo. Além de tocar em assuntos ligados à sexualidade para empoderar mulheres, em seu feed a influencer traz muita inspiração de looks para as manas gordas, levanta questões ligadas à autoestima e também à saúde mental.
@guiamariafirmina
As meninas do guia não são da periferia, mas fazem a melhor programação cultural com temática feminina do Estado de São Paulo! As jornalistas Victória Durães e Taís Cruz fazem semanalmente uma curadoria para divulgar as produções artísticas de mulheres, para mulheres ou que tenha protagonismo feminino. "Nosso objetivo é oferecer um guia que mapeie e, principalmente, valorize o trabalho das mulheres nas mais diversas manifestações artísticas", diz Victória, que também é colaboradora do @mulherias. O nome do guia é uma homenagem à escritora Maria Firmina dos Reis, que nasceu em 11 de outubro de 1925, em São Luís, Maranhão. Filha de mãe branca e pai negro, provavelmente escravo, Firmina enfrentou as barreiras de gênero, raça e classe para adquirir, dentro das possibilidades, alfabetização. Aos 22 anos se tornou a primeira mulher concursada para o cargo de professora no seu Estado natal. "Úrsula" (1859), primeiro romance escrito por uma mulher, negra, e com temática abolicionista foi de Maria Firmina, que omitiu sua identidade assinando como "Uma Maranhense". "A primeira romancista da nossa literatura teve a audácia de escrever um livro abolicionista em 1887. E mesmo assim Maria Firmina foi apagada pelo história, como muitas outras artistas ainda são", arremata Taís Cruz.
@anapaulaxonagani
Ana Paula Xongani é produtora de conteúdo no Instagram e no Youtube, canais onde fala sobre sobre questões referentes à negritude. Junto com sua mãe, a influencer também é dona do Ateliê Xongani, loja localizada no bairro do Artur Alvim, região leste da capital paulista. Por lá, a família produz e comercializa roupas e acessórios afro.
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@sapavegana
Luciene de Jesus, que se autodefine "preta, sapatão, umbandista, pobre, estudante e estagiária de direito ensinando sobre veganismo acessível", reduziu pela metade seu gasto no mercado quando aboliu carne, ovos, leites e outros derivados da lista de compras. A estudante que ganha bolsa do ProUni mostra como fazer pratos veganos cheios de sabor e com pouca grana. Sua receita de hambúrguer de shimeji com mandioquinha é um sucesso e ela mostra, como no post acima, como comprar 21 itens diferentes para cozinhar gastando R$ 65.
@financascomanath
Você não sabe a diferença entre DOC e TED? Ainda não criou aquela planilha de gastos? Ouve falar em investir, mas não sabe por onde começar? O Finanças com a Nath te ajuda com todas essas questões e com mais um montão de dúvidas que aparecem no nosso dia a dia. Nathália Rodrigues também produz vídeos para o Youtube e usa sempre uma linguagem bastante didática, com exemplos comuns à maior parte da população.
@blogueiradebaixarenda
No Instagram, Nathaly Dias faz a linha blogueira pobre da vida real. A instagramer do Morro do Banco, no Rio de Janeiro, compartilha desde o começo a sua saga pela conquista da mobília da casa que divide com o namorado, dá dicas de decoração baratinha e diariamente conversa com os seguidores sobre os perrengues e as delícias do dia a dia. Tudo com muito bom humor e #realidade
@gabidepretas
Formada em relação públicas, Gabi usa o seu espaço no Youtube e no Instagram para falar sobre cultura negra. A influenciadora transita entre temas densos como racismo e encarceramento em massa, fala também sobre estética e empoderamento, e com a risada solta já conhecida pelos seguidores, mostra a sua rotina de maneira divertida e espontânea. Recentemente, Gabi criou o "Afetos", um podcast sobre sentimentos apresentado em conjunto com Karina Vieira.
@ondejazzmeucoracao
Mulher negra, poeta e escritora, Ryane Leão é criadora do Onde Jazz Meu Coração, perfil do Instagram onde a artista compartilha trechos da obra "Tudo Nela Brilha e Queima", livro que se tornou um fenômeno literário. Ryane tem uma escrita potente que se comunica imediatamente com as mulheres, e é exatamente essa a intenção da poeta que na dedicatória de seu livro entrega: "Às mulheres infinitas". É impossível não se sentir mais inteira depois de saborear algumas linhas.
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Sobre o autor
Flávia Martinelli é jornalista. Aqui, traz histórias de mulheres das periferias e vai compartilhar reportagens de jornalistas das quebradas que, como ela, sabem que alguns jardins têm mais flores.
Sobre o blog
Esse espaço de irmandade registra as maravilhosidades, os corres e as conquistas das mulheres das quebradas de São Paulo, do Brasil e do mundo. Porque periferia não é um bloco único nem tem a ver com geografia. Pelo contrário. Cada uma têm sua identidade e há quebradas nos centros de qualquer cidade. Periferia é um sentimento, é vivência diária contra a máquina da exclusão. Guerrilha. Resistência e arte. Economia solidária e make feita no busão. É inventar moda, remodelar os moldes, compartilhar saídas e entradas. Vamos reverenciar nossas guardiãs e apresentar as novas pontas de lança. O lacre aqui não é só gíria. Lacrar é batalha de todo dia. Bem-vinda ao MULHERIAS.